quinta-feira, 7 de junho de 2012

Escravos Modernos - Vamos Abolir essa Vergonha


Eu, Caetano, Julinha Barreto e Padre Ricardo Rezende


                             A Equipe de produção e gravação, na sede da LC Barreto, no Rio.

Julia, Emilio, Ripper, Ricardo, Wagner e Bete Mendes


Gravação das Vinhetas contra o Trabalho Escravo
Em maio de 2012, nosso grupo, o Movimento Humanos Direitos (www.humanosdireitos.org.br)
coloca pressão total na Camara dos Deputados, e consegue aprovar a PEC 438, depois de 10 anos de muita luta. Diversos artístas e simpatizantes gravaram seus depoimentos contra uma vergonha e uma mancha na história do Brasil. 
Dirigidos por mim e por Julia Barreto, produzimos um vídeo de 4 minutos e diversas vinhetas para serem veiculadas na TV Globo.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Canteiros













Tou indo, mas deixo de presente enquanto não volto um pouco de Guimarães Rosa. Escolhi-o porque suas palavras sempre me salvam das rudezas e durezas da vida, e este ano já vai duro e tarde. Segundo porque tenho uma ligação muito especial com ele. Houve uma época em que fiquei possuído por suas palavras. Fazia parte da equipe que estava produzindo um documentário sobre Rosa, dirigido por Pedro Bial e Claufe Rodrigues para o Canal GNT (que foi finalista do 26 Emmy, o oscar americano da televisão) e um longa, dirigido por Pedro, chamado "Outras Histórias", sobre contos desse grande mineiro, para muitos, eu nessa, o maior escritor brasileiro de todos os tempos, aquele que inventou uma língua, registrada através de 10 grandes livros. João Guimarães Rosa foi embaixador brasileiro em Paris na segunda guerra, e ajudou a salvar inúmeros judeus da perseguição nazista. E seu livro Grande Sertão: Veredas me persegue até hoje, na época da produção, lembro-me que fiquei quase uma semana completamente possuído, achando e vivendo como se fosse o jagunço Riobaldo Tatarana, juro, foi sério... tenho testemunhas. Mas não é para menos, em defesa da minha loucura, recorro ao que disse dele o poeta Carlos Drummond de Andrade: "Por mais que o Guimarães Rosa saiba da sua orginalidade, ele vai muito além do seu próprio julgamento. Acho que ele é um louco que pensa que é Guimarães Rosa". Deixo então algumas de suas citações, bebam à vontade e boas festas.
Feliz 2010
Abraços
Emilio



Alma
Sua alma, sua calma.

Amar
...pensar na pessoa que se ama, é como querer ficar à beira d'água esperando que o riacho, alguma hora, pousoso esbarre de correr.

Amizade
...amizade dada é amor.

Aprender
Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.

Colheita
...a colheita é comum, mas o capinar é sozinho.

Conhecimento
...só sabemos de nós mesmos com muita confusão.

Coragem
Vau do mundo é a coragem.

Crescer
A gente cresce sempre, sem saber para onde.

Destino
O destino flui, o homem flutua.

Deus
O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito - por coragem.

Erro
Ah, o erro é elemento nosso, da vida, ele está nas velas e está no vento.

Felicidade
Felicidade se acha é só em horinhas de descuido.

Honra
Honra é de Deus, não é de homem. De homem é a coragem.

Horizonte
Nada devora mais que o horizonte.

Julgamento
...julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

Medo
O medo é a extrema ignorância em momento muito agudo.

Mestre
Mestre não é quem ensina, mas quem de repente aprende.

Mudança
Tudo que muda a vida vem quieto no escuro, sem preparos de avisar.

Mulher
Mulher, o que quer, ouve, tão mal, tão bem.

Não
Tem um não em todo sim, e as pessoas são muito variadas.

Olho
Os olhos...são a porta do engano.

Paz
O que é de paz, cresce por si.

Pensamento
...o mais fundo de meus pensamentos não entende minhas palavras.

Querer
...o mais difícil não é ser bom e proceder honesto; dificultoso, mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até no rabo da palavra.

Raiva
...quando se curte raiva de alguém, é a mesma coisa que autorizar que essa própria pessoa passe durante o tempo governando a idéia e o sentir da gente.

Sábio
Sabio sempre foi Ulisses, que começou por se fazer de louco.

Saudade
Saudade é ser, depois de ter.

Ser
Tudo é e não é.
Quem não é, não pode ser.
Quem é, tem que ser.
Quem é, tem de ser.

Sofrer
De sofrer e amar, a gente não se desfaz.

Sonhar
Só o violão sonha sem o seu coração.

Sorte
Quem souber o que é a sorte, sabe o que é Deus, sabe o que é tudo.

Trabalho
Trabalho não é vergonha, é só uma maldição.

Tristeza
...a tristeza é o aboio de chamar o demônio.

Vida
...a vida não é entendível.
A vida vai, mas vem vindo.
...as verdades da vida são sem prazos.
A vida mente, mesmo quando desmente.

Viver
...viver é obrigação sempre imediata.
Quem quer viver, faz mágica.
Viver sempre vale a pena.

(Extraidas do Livro Rosiana, de Paulo Rónai)




sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Guimarães Rosa

"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

"Um bom amigo vale mais que uma carabina"

Para MW


domingo, 13 de dezembro de 2009

Um João Qualquer

Mané Garrincha, Anjo de Pernas Tortas,
Passarinho ou Cotovia?




Era uma vez um João,
Driblado por olhos tortos.

Não era mais dono de si,

Uma rasteira no ar, do olhar

De duas flechas certeiras

De um par de luvas de box explodindo
no meio das retinas.
Nos olhos dela
qualquer João perde o chão
Balança o coração
e o
Juízo bagunça.
Uma mirada
curta e fulminante
como um drible seco,

E ficou João, lá…perdidão

Na sede física da vontade
Abaixo das sobrancelhas,
Anjo de olhos tortos.
O chão virou nuvem.

Caiu
...
É gol.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Florípedes... ou Linha de Flores

Vó me desculpe
Mas eu não gosto disso,
Das pessoas morrem assim,
Sem avisar.
Sem avisar você vai-se, descançar da guerra e do hospício.
Forjou homens e mulheres, como um incansável ferreiro de saias,
e nos deixa absolutamente orfãos
meninos, gatos e cachorros,
com quem vc conversava baixinho,
passando pequenos segredos e sabedorias amaelhadas pelo tempo,
amareladas pelo tempo, invisível como o tempo.
“Isso não se faz, aonde já se viu…”
Cresci, assim, no aconchego dessa bronca,
Correndo do chinelo, enfrentando seus doces e pequenos castigos,
Recompensado por seus sabores, pelo cheiro da comida, pelo ajeitar do cobertor,
pelo cuidado dado, redobrado.
O que sua falta me fez, me fará.
Obrigado, pela luz e pelo teto, pelo caminho reto
Pela dignidade e elegância em morro ou asfalto,
Por entender tudo, aceitar
Não se entregar, navegar
Te vejo melhor agora, quando já não posso te ver mais.
Você se foi, assim…numa tarde de domingo
E me reapareceu, nessa mesma tarde
No pensamento…nos olhos mareados de agora
Ví passar seu filme
Meu pequenino papel
Diante de tão grande mulher.
Beijos eternos,
Milhozinho.

sábado, 5 de dezembro de 2009

CHANEL NÚMERO 5


Fui ver o interessante "Coco, antes de Chanel". O filme é lindo, bem cuidado, e perdoem os franceses, holywoodiano.
Desde que comecei a "tentar" entender as mulheres, percebi a importância do perfume da Casa Chanel.

Confesso que nunca senti seu cheiro em algum pescoço, que deve ser o ápice de uma combinação perfeita, e que
habita meu imaginário desde muito jovem.
Só bem mais tarde, na Amazônia, fazendo um documentário com o poeta Thiago de Mello, descobri que o Channel 5 tem origem no "pau rosa", uma espécie que só há, ainda, no interior do interior do interior da floresta, coisa de 26 horas de barco de Manaus, selva à dentro.

A pequena arvorezinha média, por ser rara e valiosa, virou objeto de cobiça e ganância,
e
está em extinção.
Foi minha primeira desilusão com o glamour da Casa Channel, mas com os pescoços ela começou bem antes.

Mas nunca perdi minha admiração por "mademoiselle", tenho um fraco por temperamentos fortes, recentemente até dobrou,
muito antes do filme estrear, tinha acabado de ler uma autobiografia do cineasta italiano Franco Zeffirelli, amigo de Coco.
Como o filme só narra a história até o primeiro desfile e seu sucesso retumbante, conto o que veio depois, e me foi contado por Franco no seu livro.

Ele conheceu Chanel através do conde Luchinno Viscontti, dublê de cineasta e encenador italiano, de quem começou como assistente, foi num jantar no belo apartamento da estilista em Paris.
O conde tinha "roubado" um dos namoradinhos de Gabrielle, mas isso era tratado entre eles com ironia e sagacidade, e Channel então aproveitou para dar o troco, "roubando-lhe" o jovem e belo assistente Zeffirelli.
Mulher generosa, que gostava de presentear os amigos, ela deu a ele um série de
aquarelas de Matisse.
Anos mais tarde, Zeffirelli, já famoso, mas numa merda de dar dó, tinha mudado para um minúsculo apartamento em Roma, cheio de dívidas e praticamente sem ter o que comer.
Olhando para as paredes, desiludido, reparou nos quadros, que sempre julgou serem réplicas.
Levou para ver o que valiam, se dessem para um pão e um vinho tava ótimo,
quase morreu de susto, eram originais, e ele pode viver deles longos anos de sua vida.

Franco esteve com Grabrielle pouco antes de ela partir, estava triste e melancólica,
tinha tentado voltar ao mundo da moda, mas foi arrasada pela mídia, os franceses jamais a perdoaram por vender a marca Chanel para os americanos.
Deixo aqui, de presente para quem um dia tiver saco de ler isso, um depoimento seu que não está no filme, mas que resume muito bem sua personalidade.

"Nunca se deixa de amar as pessoas que um dia a gente amou.
Mesmo que elas nos traiam, não é verdade que o amor se transforme em ódio.
O amor que você sentiu persiste para sempre, não por causa da pessoa...
Não, é por causa de você mesmo, por causa daquele momento da sua vida.
Não importa quem tenha sido a pessoa, aquele momento existirá para sempre."


Grande mulher!
Voilà Chanel!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cuba Libre

Há como eu queria brincar com você de verdade,
liberdade...